A presidente do Partido Humanista de Angola (PHA), Florbela Malaquias, disse que o seu partido votou contra a criação da comissão eventual para destituição do Presidente angolano por entender que o país “precisa de estabilidade política”.
“O PHA entende que nós precisamos de estabilidade política e foi por isso que nós não abraçamos esta causa”, respondeu hoje à Lusa, na sede do parlamento angolano, em Luanda, confirmando o voto contra do seu partido na sessão plenária extraordinária de sábado passado.
O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975), que detém a maioria na Assembleia Nacional (parlamento), reprovou, no sábado, a pretensão da criação de uma comissão eventual para avaliar as denúncias da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido na oposição), que propôs a destituição do Presidente angolano.
Para a apreciação no plenário, da proposta de acusação e destituição do Presidente angolano, João Lourenço, era necessária a criação de uma comissão parlamentar eventual, mas esta comissão não foi sequer criada, após voto contra da maioria parlamentar e também do PHA.
Falando aos jornalistas, no âmbito da sessão solene de abertura do ano parlamentar 2023-2024, Florbela Malaquias, disse igualmente que os deputados terão muitos desafios no ano legislativo que se inicia.
“Os desafios dos deputados são muitos, como observar a execução das contas do Estado, legislar sobre matérias que ficaram suspensas”, salientou.
Quanto à conclusão do pacote legislativo autárquico, cujo último diploma está por ser aprovado pelo parlamento, a líder do PHA disse acreditar que a problemática das autárquicas deve passar pelo crivo dos deputados, tão logo for agendada.
“É óbvio que a temática das autarquias, passa (pelos deputados), mas como ainda não está agendado não posso adiantar nada a esse respeito”, concluiu.
O segundo ano parlamentar desta legislatura (2022-2027) inicia nesta segunda-feira com o discurso do Presidente angolano, João Lourenço, sobre o Estado da Nação.