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País já investiu 20 mil milhões USD mas um terço da capacidade de produção ainda é térmica


O sector da energia é estratégico e o Executivo prevê gastar cerca de 1.000 milhões USD por ano até 2028 para aumentar a disponibilidade de energia eléctrica e apostar na exportação para os países vizinhos. Este tem sido o sector que mais beneficiou de investimento público nos últimos anos, maioritariamente financiado por linhas de crédito estrangeiras.

O investimento na produção de energias renováveis em Angola desde 2014 já ultrapassou os 20 mil milhões USD, financiados por linhas de crédito, mas a capacidade de produção de energia no País continua a depender fortemente dos combustíveis fósseis, já que as centrais térmicas valem um terço da capacidade de produção.

De acordo com dados da Direcção Nacional de Electricidade (DNE), a capacidade de produção de energia eléctrica a partir de centrais térmicas no final de 2022 rondava os 35% do total de capacidade de produção instalada em todo o País 6,2 gigawatts, ou seja, cerca de 2,2 gigawatts. Já a energia hidroeléctrica tem uma capacidade instalada de 4,0 gigawatts, enquanto a energia solar tem uma capacidade de 285,5 megawatts. Contas feitas, 65% da capacidade instalada em todo o País é de energias limpas.

Mas, apesar do esforço das autoridades em descarbonizar a produção de electricidade, as centrais térmicas continuam a ser a solução para o défice energético que ainda se regista em Angola, o que acaba por encarecer o custo da energia no País. Segundo fontes da DNE, que não obstante algumas melhorias nos últimos anos, o sector da electricidade em Angola ainda padece de problemas associados com a sua sustentabilidade financeira.

A falta de monitorização efectiva do consumo e perdas, associado a tarifas fortemente subsidiadas, bem como a incapacidade em assegurar a cobrança da energia fornecida, tem resultado numa operação deficitária, com grandes custos para o Estado.

A estes problemas acresce também a estrutura de custos e tarifas que continuam distantes do custo real, o que tem prejudicado a situação financeira das empresas do sector eléctrico. Entretanto, para reduzir as perdas financeiras, o Ministério trabalha numa metodologia de cálculo, no conceito de receitas projectadas, onde as futuras tarifas deverão ser calculadas já integrando os custos de amortização dos investimentos.

É importante, reconhece a fonte, que estes custos sejam integrados numa perspectiva de estabelecer alguma concorrência entre o sector público e o privado, principalmente no domínio da produção de energia para a implementação rápida de novas tarifas.

Embora a capacidade instalada esteja em alta, e o objectivo é fazê- -la crescer dos actuais 6,2 gigawatts para 8,0 em 2027, a taxa de electrificação continua baixa. Os números do Ministério da Energia e Águas (MINEA) indicam que até final de 2022, apenas 43,7% da população tinha acesso à energia eléctrica, um crescimento de 0,9 pontos face ao ano anterior.

Entretanto, ao ritmo actual, a produção de energia eléctrica deverá registar um incremento de 20% até 2028 com a entrada em funcionamento da primeira turbina do aproveitamento hidroeléctrico de Caculo Cabaça. Ainda assim, a quota está abaixo da meta do Governo que espera atinja uma taxa de electrificação de 50% até 2025.

O programa do Governo para o sector da energia prevê um crescimento médio anual do sector de 7,7%, com melhor desempenho com a entrada em operação comercial de Caculo Cabaça, que se espera que venha a mudar a matriz energética do País com a interligação do sistema leste, onde existe um grande défice energético.

Luanda é o grande centro de consumo de energia eléctrica produzida em Angola, já que cerca de 65,7% da população da capital tem acesso à electricidade. E o objectivo é chegar aos 75% em 2027, o que equivale a mais cerca de mais um milhão de clientes face aos que existem hoje. Já o Bié e o Cunene, até final do ano passado, apenas 9% da população tinha acesso a electricidade, ou seja, continuam a ser as regiões mais deficitárias. In Expansão