As candidaturas de Angola para obtenção de vistos, submetidas para vários países incluindo Portugal, estão a atingir “volumes sem precedentes”, anunciou hoje a VFS Global, alertando que isso dá origem a tentativas constantes de fraude.
O órgão gestor do processo de emissão de vistos do Consulado Geral de Portugal em Luanda e de outros países diz ter desenvolvido um conjunto de medidas que visam combater as tentativas de fraude, no processo de solicitação de vistos.
Essas tentativas de fraude, detalhou, surgem com pessoas não credenciadas a fazerem-se passar por funcionários ou associação da VFS Global ou por agentes e intermediários que prometem uma marcação antecipada, “que não existe, por um custo adicional”.
Estes agentes e/ou intermediários “enganam desta forma candidatos a emprego e cidadãos que precisam de solicitar vistos de entrada no estrangeiro”, refere a instituição em comunicado de imprensa enviado à Lusa.
Como parte integrante das medidas que visam combater as tentativas de fraude, a VFS Global diz ter implementando procedimentos rigorosos nos seus centros em Angola, incluindo o Centro de Pedido de Visto para Portugal em Luanda.
Um dos procedimento determina que só os requerentes de visto com uma marcação válida têm permissão para entrar nas instalações do centro, e agentes e entidades terceiros não estão autorizados a fazer perguntas de informação nas instalações, localizadas no centro da capital angolana.
O agendamento de vagas para obtenção de vistos é uma das principais dificuldades dos estudantes angolanos que procuram formação em Portugal e se queixam de “dificuldades e burocracia” por parte do consulado português em Luanda, como noticiou a Lusa em setembro.
Alguns relataram que, “com sorte”, conseguem em 15 dias o agendamento, efetuado através do portal da VFS Global, mas a maioria aguarda meses para conseguir agendar vaga, já que, dizem, a página está “quase sempre bloqueada”.
Vários utentes que acorrem ao Centro de Vistos para Portugal, em Luanda, disseram à Lusa que o processo para obtenção de vistos para estudantes “continua complicado” e receiam perder as vagas nos estabelecimentos de ensino.
Nas instalações da instituição, a Lusa constatou, na ocasião, a presença de intermediários que prometiam aos utentes celeridade no processo de agendamento emissão de visto, processo feito ‘online’, em troca de valores.
Hoje, a VFS Global, no seu comunicado, promete respostas rápidas a perguntas por ‘email’ ou reclamações, comunicação regular de medidas de para detetar fraudes nas suas redes sociais e mensagens de voz por SMS como “normas rigorosas” de privacidade de dados para combater mensagens fraudulentas.
A VFS Global observa também que durante o período de concessão de vistos de estudantes, que decorre entre agosto e outubro, “a procura é elevada, especialmente para Portugal”, exortando os requerentes a estarem atentos a tentativas de fraude neste período.
Defende igualmente que os requerentes de visto de estudante devem precaver-se contra as abordagens de entidades terceiras que se fazem passar por prestadores de serviço e que estes devem, atempadamente, fazer as devidas diligências e verificar os detalhes das instituições de ensino em que pretendem estudar.
A VFS Global, que iniciou operações em Angola em setembro de 2012, trabalha atualmente para oito governos, que inclui os da África do Sul, Bélgica, Brasil, França, Holanda e Portugal. In Lusa