Militares acusam força paramilitar rival de falta de compromisso na implementação dos termos do acordo; conflito já dura 2 meses.
O exército do Sudão suspendeu as negociações sobre um cessar-fogo com a força paramilitar rival nesta 4ª feira (31.mai.2023). O fim das negociações aumenta os temores de que o conflito leve o 3º maior país da África a uma crise humanitária ainda maior. As informações são da Reuters.
O conflito no país, que começou em 15 de abril, envolve o exército, comandado pelo general Abdel Fatah al Burhan, e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, em inglês), liderados pelo general Mohamed Hamdan Daglo.
As forças armadas disseram em comunicado nesta 4ª (31.mai) que interromperam as negociações na cidade saudita de Jeddah, acusando a RSF de falta de compromisso na implementação dos termos do acordo e de violação contínua do cessar-fogo.
As negociações com a RSF, que começaram no início de maio, resultaram em uma declaração de compromissos para proteger civis e 2 acordos de trégua de curto prazo. Ambos foram violados no decorrer do conflito.
Na 2ª (29.mai), os mediadores sauditas e norte-americanos anunciaram que as partes haviam concordado em prorrogar por 5 dias uma trégua humanitária em vigor desde 22 de maio. Mas civis afirmam que o cessar-fogo foi interrompido com ataques aéreos e disparos de artilharia.
A RSF disse em um comunicado na noite de 3ª (30.mai) que estava comprometida com o cessar-fogo “apesar das repetidas violações” do exército liderado por al Burhan.
Entenda
Desde 15 de abril, o grupo paramilitar do Sudão RSF (Forças de Apoio Rápido) e a SAF (Forças Armadas Sudanesas) disputam pelo controle do país. No sábado (27.mai), um porta-voz do RSF afirmou que as Forças Armadas Sudanesas haviam quebrado o cessar-fogo ao lançar “ataques aéreos em infraestrutura estratégica”.
Em 2 de maio, pouco mais de duas semanas desde o início do conflito, a ONU (Organização das Nações Unidas) afirmou que mais de 100 mil pessoas já haviam deixado o país. Segundo a Reuters, o número de pessoas que fugiram do Sudão chegou a 1,4 mi. na 2ª feira (29.mai). Poder360