O economista Carlos Rosado de Carvalho, disse nesta quarta-feira, que o preço do litro de gasolina pode atingir os 572 Kwanzas, com a decisão do governo em retirar a totalidade dos subsídios aos combustíveis.
O economista falava na manhã desta quarta-feira, durante o seu habitual espaço de análise económica “Economia 100 makas” da Rádio MFM.
Para a determinação do valor, o especialista apontou para o preço médio de importação, adicionados os custos de logística, de distribuição, bem como os custos de comercialização.
Afirmou ainda que a intenção do governo, com base em dados do IGAPE, é que o preço do litro de gasolina deve rondar os 400 Kwanzas, com a retirada das subvenções.
Segundo o também jornalista, a intenção do governo angolano, é de retirar todas as subvenções aos combustíveis “de uma só vez”, para que o preço da venda seja o mais próximo do praticado nos mercados internacionais.
Disse ainda que há, entre membros do governo, economistas que entendem que a retirada das subvenções deve ser feita por produtos, começando pela gasolina, por entenderem que “é a que terá menos impacto na inflação”.
Por esta razão, de acordo com Carlos Rosado de Carvalho, o governo teme consequências políticas, pelo facto de essa subida poder influenciar o preço das viagens nos taxis colectivos e condicionar a mobilidade dos cidadãos.
Avançou também que o governo já negociou com a EMIS, rede gestora da rede de multicaixas, e assinou um acordo, através do qual os taxistas terão um cartão bancário de abastecimento, para que passem a pagar o preço actual da gasolina depois dessa subida.
“A ideia com que fico é que se pretende ter uma espécie de gasolina profissional”, para os veículos de transporte público, incluindo as motorizadas, que usam gasolina.
No seu entender, esta é uma das razões pelas quais o governo realizou o processo de cadastramento de veículos motorizados, que fazem o serviço de taxis colectivos e de motorizadas.
“O cadastramento que está a decorrer, de taxis e de motas, é justamente para que só os cadastrados é que vão receber esse cartão, e terão um desconto”, disse, acrescentando ainda que o governo está a cogitar a possibilidade de reduzir o valor do IRT, para evitar que a retirada das subvenções criem impacto na vida dos cidadãos e na inflação.
Aumento do preço do gasóleo daqui a um ano
Relactivamente ao gasóleo, o economista disse que a pretensão do governo é que a retirada das subvenções seja “daqui a um ano” e de forma gradual, “eventualmente num prazo de dois anos”, nos mesmos moldes, beneficiando os taxistas, os outros transportes de passageiros e os de mercadorias, bem como os da agricultura e das pescas, com diferença no valor percentual para cada sector.
Entretanto, mostrou-se receoso de que o governo venha a ter dificuldades em controlar o processo.
O plano para a retirada das subvenções aos combustíveis é do governo, através do Ministério das Finanças, que apresentou a proposta, e que poderá ser discutida no reunião do Conselho de ministro desta quinta-feira. CK