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Rappers e activistas angolanos convidados para palestrar e cantar na Universidade de Brasília


UnB - Universidade de Brasília recebe evento de rap com participantes de Angola, Brasil e Moçambique.

Conexões Sonoras contará com debates, pocket shows e Batalha da Escada.

A Universidade de Brasília (UnB) sediará um evento acadêmico de música rap com participantes de Angola, Brasil e Moçambique. O "Conexões Sonoras" contará com três mesas de debates, pocket shows e a Batalha da Escada. O evento ocorrerá entre quarta-feira (31/05) e quinta-feira (01/06).

O objetivo principal do Conexões Sonoras é promover diálogos e reflexões entre artistas, activistas, produtores e acadêmicos envolvidos no estudo do rap.

O evento é organizado pela Batalha da Escada, que realizará uma edição especial na noite de quarta-feira (31) como parte da programação. Além disso, os rappers angolanos Mbonzo e Samussuku, juntamente com o brasileiro Carlos Mossoró, se apresentarão durante o evento.

Hitler Samussuku é um conhecido ativista angolano que esteve preso no caso 15+2, de junho de 2015 a junho de 2016, quando 15 ativistas foram detidos por lerem um livro. Ele é rapper e faz parte do grupo Movimento Hip Hop Terceira Divisão.

Mbonzo Lima é um rapper e ativista angolano que decidiu se mudar para o Brasil neste mês de maio devido às restrições à liberdade de expressão em Angola. O artista pretende ingressar no ensino superior no Brasil.

Carlos Guerra Júnior, O "Mossoró", conhecido artisticamente como Carlos Mossoró, dedicou-se ao estudo comparativo do rap em Angola, Brasil, Moçambique e Portugal em sua tese de doutorado na Universidade de Coimbra. Atualmente, ele é professor na Universidade Federal de Rondônia (Unir) e um dos idealizadores do evento. Ele participará dos debates e também se apresentará como rapper.

Esses artistas se juntarão a figuras consagradas do rap de Brasília nos debates, como G.O.G, DJ Raffa Santoro e Aninha, do grupo Atitude Feminina.

Da UnB, participarão a professora Márcia Marques e Denaro, que é estudante e MC. Márcia promoveu a primeira disciplina sobre rap em uma universidade brasileira, em parceria com a Batalha da Escada, um projeto de extensão da universidade desde 2017. O coletivo tem participado de diversos eventos no cenário acadêmico e no Hip Hop desde 2015.

As mesas de debate terão títulos baseados em trechos das letras dos rappers, acompanhados de temas abrangentes.

A mesa de abertura, que ocorrerá às 16h do dia 31, terá como mote um trecho da música "Iê" de GOG, produzida em solidariedade ao caso 15+2, quando os ativistas angolanos estavam presos. Samussuku, um dos homenageados, terá seu primeiro encontro presencial com GOG. O tema da mesa será "Há séculos muitos de nós partimos daí para aqui": Ancestralidade, Memória e Conexões Sonoras. Carlos Mossoró também participará dessa mesa.

Nas outras duas mesas serão utilizados trechos de letras de Flagelo Urbano (Angola) e IMBLGK (Moçambique), ambos participarão online.

A mesa de debate que abrirá a quinta-feira (1) terá como título um trecho da música de Flagelo Urbano, de Angola: "Na dança somos um pouco dos outros como tu. Codificados na diversidade das línguas bantu". Esse trecho servirá como mote para debater "Sonoridades locais e resistências regionais no rap". Os participantes serão: Aninha do Atitude Feminina, DJ Raffa Santoro, Flagelo Urbano - Sambala , IMBLGK e Mbonzo.

Por fim, um trecho da música de IMBLGK será utilizado como mote para o debate sobre "a relação entre rap e educação formal". O trecho da música é "Quem diria, o hip hop na academia. Os marginais de ontem dissertam monografia". Participarão do debate Márcia Marques, Carlos Mossoró e Denaro. Hitler Samassuku