Em várias mensagens de texto que publicou nas redes sociais e que ele próprio enviou ao Hold On Angola, Timóteo Miranda manifestou o seu descontentamento com a forma de governação do Presidente João Lourenço, alegando os tempos difíceis que atravessamos, a existência de impunidade, perseguições políticas a ativistas e o alto índice de pobreza observado em todo o país.
“(...) Com milhares de crianças e jovens fora do sistema de ensino; com altos níveis de pobreza e desemprego; um país desligado pois não existem vias de acesso que mantenha essa conexão, o nosso presidente continua a apostar na impunidade, na perseguição política e no combate selectivo à corrupção como escapatória em uma era que não detém do apoio popular. O Presidente da República mantém o país numa dinâmica de controlo pela promoção do medo e do cerceamento dos direitos políticos e civis permitindo que as estruturas do estado sejam um instrumento fácil de manipulação e orientação ideológica violando incessantemente o princípio da separação de poderes.”
Timóteo não perdeu tempo em reagir à ação do “SINSE” em benefício dos governantes. “Angola pertence a todos nós, a liberdade de expressão é uma agulha no palheiro, só se fala o que se permite e não se permite o que se fala, os serviços secretos gastam mais energia mapeando as casas e locais de trabalho dos que se ousam em pensar diferente do que propriamente defender a integridade do território contra os inimigos da paz. A ganância deste senhor é tanta que prefere por em jogo a sanidade de um país em detrimento dos seus interesses pessoais, gastando os escassos recursos do estado para ludibriar a opinião pública e a comunicação social.”
O ativista angolano Miranda pede ao governo de João Lourenço a libertar os “presos políticos” e focar nas necessidades do povo. “Soltem os presos políticos, e prendam a vossa atenção para as necessidades básicas do nosso país, o vosso orgulho mata milhares de pessoas de fome, malária, diarreia e anemia. O mercado informal cresce a cada dia fruto das dificuldades em se encontrar um emprego, a criminalidade tornou-se uma moda, e a luta pela sobrevivência ganhou uma nova roupagem nestes actos. O povo angolano está jogado a sua sorte vivendo de migalhas que vão caindo da mesa, e quem sente-se confortável com isso? O camarada Presidente da República que nada faz para melhorar a situação do povo, e que inversamente combate usando as forças de repressão do estado. Quando sermos independentes destes governantes eles terão que prestar conta com a justiça e pagar pelos crimes que vão cometendo.”
Os jovens estão cada vez mais desconfiados das políticas implementadas pelo actual governo de João Lourenço e procuram melhores condições de vida, oportunidades de emprego, formação qualificada, mas fora do território angolano. E, o activista Timóteo Miranda argumentou como sendo uma fuga da difícil vida estabelecida em Angola.
“(...) A juventude não tem voz nem dignidade, vê a imigração como escapatória mais assertiva, as dificuldades vão se multiplicando a cada dia e as hostilidades vão se aguçando, o povo respeita à Constituição atitude que não se verifica aos que dirigem o país sobre o braço de ferro com um poder ilegítimo resultante do golpe constitucional das últimas eleições. Angola está desorientada e na escuridão em uma era da luz.”