Publicamente, o MPLA manifestou a sua intenção de : " Trabalhar mais e comunicar melhor ". Da manifestação de vontade à concretização desse desiderato, vai um passo. Enorme!
Internamente, o partido continua fechado em si mesmo, enclausurado numa redoma de vidro, sem dar espaço para os seus membros e militantes que queiram exprimir livremente o seu pensamento, ou seja, tecerem críticas ao desempenho e à postura dos seus dirigentes nos mais diversos escalões.
À falta de um espaço interno de diálogo, debate, ou de confrontação de ideias, vários membros dessa formação política encontraram nas redes sociais uma escapatória, para afirmarem o que lhes vai na alma, mas, fazem-no sob as saias do anonimato, com medo de represálias.
No seu relacionamento com a comunicação social não houve melhorias nesse sentido. Ninguém no MPLA fala, ou ousa abrir-se à imprensa, sobretudo à privada que não alinha com as agendas governamentais.
A proibição de falar à mídia sem " Ordens Superiores" não se restringe aos membros do partido no poder, é extensiva aos governantes e responsáveis das esferas intermédias da governação.
"Comunicar melhor", na óptica dos responsáveis do partido governante, significa monopolizar a imprensa pública, como se essa fosse um segmento das ideias do partido, uma caixa de ressonância no pensamento partidário.
No último sábado, o MPLA, para
não variar, serviu-se, uma vez mais, da mídia estatal para divulgar a sua agenda política para 2023. O aproveitamento político da sua condição de partido no poder fez com que a TPA-1 dedicasse 10 extenuantes minutos para divulgar um acontecimento que, convenhamos, não trazia nada de novo, senão a renovação das habituais promessas.
Tanto Rui Falcão como JLo já não não têm nada de novo a oferecer em matéria de estratégia de comunicação, visto que o modelo de gestão do partido continua igual à época do antanho quando o MPLA dizia, à boca grande, que era a força dirigente da Nação. O MPLA continua refém da vontade e dos caprichos do seu presidente.
Fonte: Omunga no Facebook