Os professores das universidades públicas de todo o País voltam à greve esta segunda-feira, 27, três meses depois da suspensão da paralisação, em Novembro do ano passado, para exigirem aumento salarial e seguro de saúde. O Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (SINPES) assegura que os docentes só retomaram a greve pelo facto de o Presidente da República, João Lourenço, não se ter pronunciado até agora sobre o assunto, soube o Novo Jornal junto do SINPES.
A greve de professores universitários foi suspensa a 01 de Novembro de 2022, segundo o sindicato, porque os professores decidiram "dar um voto de confiança" ao Presidente da República.
Confirmou Eduardo Peres Alberto, secretário-geral do SINPES, ao Novo Jornal, o início da greve e declarou que os professores universitários, que exigem aumentos salariais, não têm seguro de saúde, situação que "muito os inquieta".
"Infelizmente é sobre estes dois pontos que o Governo não quer conversar com os docentes das universidades públicas", explicou.
Segundo o responsável sindical, o Ministério do Ensino Superior apresentou uma proposta de aumento de apenas 6%, o que está abaixo da exigência dos docentes constante no caderno reivindicativo em posse do Executivo há anos.
Conforme o SINPES, os professores não defendem apenas melhoria salarial, mas também infra-estruturas condignas, fundos para a investigação e formação contínua.
"Atendeu-se à formação contínua com 310 bolsas de estudo previstas, mas ainda assim temos instituições que não foram contempladas, falo da Universidade Kimpa Vita, do Instituto Superior Politécnico do Kwanza-Norte, o ISCED do Uíge e outras instituições", explicou o secretário-geral.
"Temos professores com necessidades básicas, professores doentes que não conseguem fazer uma consulta por falta de seguro de saúde e salário condigno", disse, acrescentando que "houve uma inversão de prioridades" por parte do ministério.
De recordar que a greve dos professores do ensino superior das universidades públicas, no ano passado, durou mais de 60 dias.
Fonte: Novo Jornal